terça-feira, 31 de março de 2009

de um lado


diversão e Fingimento
correr e não Descansar.
Mil corpos correm e ganham, outros não correm e ganhar,
ganhar é um verbo fugidio.
É insensato pensar em paz.
Arquiteturas de cimento e ferro nos separam.
Irmãos?
A mão não balança as crianças.
Os ouvidos emudecem a sombra.
Sentir tornou-se pequenos goles de cólera.
Conversar é assunto de chuva nos elevadores.
Vontade de puxar uma cadeira e sentir e tocar.
Cimento e ferro nos cercam, mas por dentro somos todo carência e vontade de gritar.
Todas as mãos estão sujas...
ninguém se apressa para pegar sabão e aguá.
Usam os dedos sujos pra se apontarem sem ir adiante.
Uno.
Duo.
Quero a humanidade sã.
Amar não doí.
não precisa tanto medo, se toquem.
Desesperadas mães ainda andam para os partos.
Secretamente as crianças confabulam o conforto.
O vendedor quer comer e dormir.
A cigarra sente que é hora de parar.
As árvores abrigam.
Não precisa ter medo.
Toquemo-nos.
como quem não se verá mais.
Com a intensidade de mil raios.
Pra quê hostilidade?
Humanos
Sentem-se e sintam.
Cheirem. Aspirem um pedaço de flor.
Comam o ócio.
Suspirem....tenho fé.
Sacanagem é dar tiros no próprio pé.
Em frente, em marcha, terra a vista.
Haverá sentimentos nobres.
e doces.
e beijos.
e pessoas.
Acredito nelas.
Dito isso...
Sinta,
não existe
amanhãs.
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(À Sheysa)

7 comentários:

Sheysa disse...

Que tarde produtiva a nossa, que hajam tardes como esta!
:D

Olega´s Blog disse...

Profunda...

Lau Siqueira disse...

te encontrei no blog da minha amiga Marcinha. Parabéns pelos poemas-de-boca. bjs

Le Monde et Les Gens disse...

eu acho que não tenho sentimentos nobres não.

Márcia Leite. disse...

Eu também acredito em você, neles, nelas e em nós, Paulinha! Com o coração saltando vivo, vermelho e quente a gente pode tudo!

:*

Rafaella Teotônio disse...

q poesia mais misturada!

Perto de Mim disse...

Gostei das misturas recíprocras...